Resenha - O Cavaleiro dos Sete Reinos

Unknown | quinta-feira, março 05, 2015

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Em quanto George R. R. Martin não nos mostra o futuro das Crônicas de Gelo e Foco com o sexto livro, nós recorremos ao passado de Westeros com 'O Cavaleiro dos Sete Reinos', afinal só Westeros já tem muita história boa para contar.


O livro se passa 90 anos antes de 'A Guerra dos Tronos' sob o ponto de vista de Dunk, um cavaleiro andante, que um dia antes era escudeiro de Sor Arlan de Centarbor, um velho que acabou contraindo gripe e falecendo por isso. Mas antes de morrer, o velho nomeou Dunk cavaleiro. Com o anúncio de um grande torneio na Campina do Vaufreixo, Dunk vê uma oportunidade para obter alguns trocados e quem sabe ter sua espada contratada por algum senhor de terras, mas o cavaleiro não contava com um empecilho chamado Egg, um menino de cabeça raspada igual a um ovo que insiste em ser seu escudeiro.

Dunk-and-Eggs

É com essa sinopse que o livro começa a contar as aventuras de Dunk e Egg em três partes. Ao longo da obre, mas principalmente na primeira parte, o Martin desenvolve mais ainda o conceito do que é ser um cavaleiro em Westeros, muitos desses conceitos são passadas através de lembranças dos ensinamentos de Sor Arlan. Dunk era apenas um plebeu da Baixada das Pulgas quando Sor Arlan o tomou como escudeiro, por isso há um contraste no pensamento simplório de Dunk e na sabedoria de Sor Arlan que nos foi passada, ele foi educado por sua família em Centarbor, um cavaleiro de habilidade medíocre, mas que conhecia seu posto como nenhum outro, dotado de honra e educação.

A aparência de Egg já mostrou a Dunk que o menino também era da Baixada das Pulgas, o que fez o cavaleiro se identificar um pouco com o garoto, para um plebeu na idade dele mostrar inteligência e bom uso das palavras traz a impressão de que Egg é mais do que aparenta ser.

Ilustração
Ilustração

As fórmulas que deram certo em toda a saga das Crônicas estão presentes no livro, a primeira parte da história está aí para comprovar isso: conflito, intriga, injustiça, incerteza, tensão, morte e vários outros elementos que conhecemos bem. Para quem acha que o autor ia amenizar com os personagens já que não se trata de um livro das Crônicas está enganado, assim como eu me enganei.

Não posso me aprofundar na primeira parte da história porque ela define a base do livro, com os personagens que aparecem e o que acontece durante o torneio, então pularei para a segunda parte. Em “Espada Juramentada”, o nome do segundo capítulo, Dunk exerce a segunda função que um cavaleiro faz em Westeros: servir um senhor de terras com sua espada e escudo. O arco trata de uma intriga entre dois senhores da região da Campina por causa de um riacho que foi desviado por um deles. Um caso bem banal, mas dentro das normalidades de Westeros, afinal sabemos que é comum haver brigas de fazendeiros por coisas como essas. Banal, mas acaba sendo a história de aventura mais divertida das três partes. Com ela também nos é apresentado muito mais sobre a Rebelião Blackfyre de Westeros do que já nos foi apresentado nos livros das Crônicas. Como a rebelião acabou, porque aconteceu, quem foram os envolvidos, tudo isso está contido nessa segunda parte. É a primeira vez que vemos isso diretamente dos livros da saga em vez de buscar conteúdos extras quem nem foram publicados no Brasil.
Ilustração de Espada
 Ilustração de Espada Juramentada
Sabemos que Martin nunca coloca coisas no seu livro de graça, todas as citações possuem um significado, com este livro não é diferente, o autor coloca vários elementos aqui que podem ser usados para entender as Crônicas de Gelo e Fogo, para ser mais específico, fiquei com a impressão de que Martin queria que conhecêssemos um pouco mais da personalidade de Brian Rivers, o Corvo de Sangue, para quem viu a série ou os livros e viu aquele velho branco em uma árvore sabe de quem estou falando. A fama de feiticeiro da corte que nos é passada sobre Rivers não nos deixa uma boa impressão sobre ele.

Esta obra de George R.R. Martin publicada no Brasil pela editora Leya mantém a qualidade do autor que já conhecemos, vale muito a pena. É uma história aventuresca muito agradável de se ler, além de que queremos saber mais da história de Westeros ou do outro lado do mar, histórias que Martin só nos mostrou como são chamadas como A Dança dos Dragões, A Perdição de Valíria, A Conquista entre outros grandes eventos que sabemos que aconteceram, mas antes – mas antes mesmo – fico contendo a ansiedade para que Martin publique o sexto livro da série, quero saber mais!!!

[OBS.: As ilustrações são de uma versão feita toda em quadrinhos também publicadas pela editora Leya em três volumes.]

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