House of Cards – Resenha da 3ª Temporada
[Atenção para os SPOILERS da segunda temporada!]
O final da segunda temporada levantou um mistério: o que Francis Underwood (Kevin Spacey) vai fazer agora que conquistou o cargo mais poderoso do planeta? Muito bem, a temporada foi lançada, mas antes de irmos à Frank, a série dedica o primeiro episódio à recuperação de Douglas Stamper.
A falta de um personagem secundário para abordar foi motivo de crítica para alguns espectadores de House of Cards na segunda temporada, então logo de início o primeiro episódio traz detalhes da vida pessoal de Douglas Stamper. Ao longo da série o personagem tenta provar sua lealdade incondicional à Frank Underwood além de sofrer com as sequelas do “acidente” na segunda temporada. Temos uma abordagem parecida com a de Peter Russo na primeira temporada. O personagem é perfeitamente desenvolvido na temporada, dando muitos motivos para que o espectador confie nele, o carisma de Michael Kelly é finalmente posto em cena.
Agora sim, Frank e Claire Underwood chegaram aonde queriam, mas o que o novo presidente não previu é que manter-se no cargo é mais difícil que chegar lá. Abordando vários temas atuais, Frank sofrerá por diversas provações, incluindo crise no oriente médio, relações diplomáticas com os russos, intriga acirrada da oposição e até catástrofes ambientais. Problemas estes que levarão o protagonista a exceder limites físicos e mentais, e exibir pela primeira vez, alguns momentos de fraqueza de Frank.
As discussões sobre o que realmente é o poder vem à tona, Frank questiona se o cargo de presidente é apenas uma ilusão e faz até comparação ao poder absoluto exercido por Deus no primeiro testamento, e no segundo testamento que Jesus lidera através amor. Nesse momento tem uma cena para ficar marcada para a história do personagem.
A quebra da quarta parede — quando o personagem fala direto com o espectador — passa a ser menos frequente, mas pontual e quando acontece são em momentos de grande importância para a trama.
Com a elevação de cargo, a série também elevou o nível de cenários e alcance político, saímos um pouco de Washington para visitar outros estados americanos, além de visitar também o palácio Russo com Viktor Petrov(Lars Mikkelsen) — a paródia de Vladmir Putin — e uma base militar no Oriente Médio. Inclusive a participação Russa foi muito bem incrementada na série, criando outro núcleo para ser abordado na trama.
Viktor Petrov e Frank Underwood |
É fato que Claire Underwood é uma base forte de Francis. A personagem reconhece que é uma mulher muito forte e com capacidades além do normal para a política, por isso Claire não se contenta com o “simples” cargo de primeira-dama, mas almeja exercer um papel na política dos EUA e assim como Francis, não quer que seu nome fique no rodapé de uma página de história. Porém, o desejo de Claire pode ser o fracasso de Frank. O presidente é levado a adotar medidas pensando na esposa, deixando de lado um pouco de seu pragmatismo característico que o levou aonde está agora. As fragilidades do casal pouco a pouco vão sendo escancaradas (um para o outro), Claire se vê deixada para o lado, pois como Frank disse: “Só existe uma cadeira na sala.” referindo-se ao cargo de presidente dos EUA.
Os episódios passam por uma oscilação de fraqueza quando Remy Danton(Mahershala Ali) e Jackie Sharp(Molly Parker) se encontram, é um melodrama tão chato que nessas horas eu fui ver como estavam as coisas no Facebook, Twitter, etc, até a cena acabar.
Mas devo ressaltar que a atuação dos protagonistas, e Doug Stamper, chegaram ao nível máximo na série. A frieza com que Robin Wright faz Claire mascarar um humor totalmente contrário do que está sentindo é sensacional, a atriz faz uma mudança na expressão facial da personagem que chega a parecer mágica. Kevin Spacey continua com a interpretação magnânima de sempre, há uma cena inclusive que eu revi várias vezes por sua atuação. Também não deixo de mencionar que Michael Kelly como Doug, ele manda bem demais. Até prevejo indicações ao Emmy nas categorias de Melhor Ator, Atriz e Ator Coadjuvante para o trio mencionado.
A temporada termina da maneira mais tensa possível, não é a melhor das três, mas talvez a mais impactante para os aliceces dos protagonistas, não dá para saber qual será o rumo que Frank e Claire irão tomar. A quarta temporada ainda não foi confirmada, mas deve voltar no começo do ano que vem na Netflix.
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