Marco Polo - Resenha da 1ª Temporada
A bela abertura |
Adaptar a antiga cultura do oriente para as telas não é fácil, muito se deve ao fato de não conhecermos tudo o que se passou naquela região.
Os historiadores (e o mundo, porque não?) devem muito a Marco Polo, mercador, explorador, aventureiro que com seus relatos tornou-se uma grande fonte de informação para a Europa sobre a Ásia. É através do nome de Marco Polo que a série traz uma história envolvendo os Mongóis, Chineses, traições, conspirações, artes marciais e principalmente, uma riqueza de detalhes e ambientes épicos de encher os olhos.
O protagonista que leva o nome da série interpretado por Lorenzo Riquelme já começa a ser introduzido com seu hobbie por desenhar aquilo que vê. Ele também colocou na cabeça que gostaria de se aventurar com o pai Niccoló Polo (Pierfrancesco Favino). Mas quando Marco finalmente se junta a seu pai e seu tio, a caravana acaba sendo presa por Kublai Khan(Benedict Wong). O Khan dos Khans percebe que Polo tem um talento com as palavras para descrever, então para salvar a caravana Niccoló Polo deve deixar seu filho como servo na corte de Kublai, isso não agradou muito Marco.
O Latino, como é chamado na corte, logo ganha o prestígio do Khan, mas muita desconfiança do restante dos ministros e do Príncipe Jinguim(Remy Hii), ao longo da série Marco Polo se vê sendo testado, ou mesmo tentado, para provar que não é um traidor do lado dos Europeus e do Papa. Ele teve várias oportunidades para escapar, mas em todas elas ele decidiu cumprir seu dever com o Kublai acima de tudo e de todos.
Tudo se passa na corte dos Mongóis, Kublai Khan é um coadjuvante com cara de protagonista seu principal propósito é conquistar o Sul da China, algo que nem o Grande Gengis conseguiu, ele pensa que é seu destino cumprir essa tarefa. A guerra cria várias situações e define a personalidade de vários personagens da série, o Príncipe Jingim leva nas costas uma derrota no campo de batalha e por isso é mal visto pelos vassalos do Khan, também há o fato que Jingim foi criado com costumes chineses então ele é amargurado e está sempre querendo provar ser um verdadeiro mongol. Ele desconta seus problemas em Marco Polo, ambos se tornam rivais mortais (mortal para o lado de Polo somente).
A Imperatriz Chabi vivida por Joan Chen, é outra personalidade que se mostrou bastante inteligente e sábia para Kublai Khan, ela é a perfeição de imperatriz.
Imperatriz Chabi, Kublai Khan, Príncipe Jingim, o vice-rei Yursuf e o ministro Ahmad |
Do outro lado do tabuleiro Chin Han é Jia Sidao, o Chanceler da China e principal antagonista da temporada. O ministro grilo, como é apelidado, possui todos os esteriótipos de vilão possíveis, frieza, crueldade, inteligência, etc. Ele era um camponês do arrozal chinês, mas se tornou Chanceler quando sua irmã mais nova se tornou a concubina favorita do Imperador da China. Mei Lin(Olivia Cheng) controlava o irmão mais velho até ele aprender a controlá-la através de ameaças a sua filha. A principal arma dos chineses é a defesa, as enormes muralhas de Xiangyang, e Sidao vai fazer de tudo para que o império mongol morra ao tentar subi-la.
Praticamente não há ninguém de origem americana no elenco, o próprio trio Polo é italiano e a corte do Khan é de origem asiática ou africana. Devo parabenizar esse elenco, 98% dele foi muito bem em representar. 98% pois o próprio protagonista não teve grandes momentos que o mostraram como grande ator, ainda está devendo. Já Benedict Wong brilhou como Kublai Khan, era bem interessante ver como só uns grunhidos que ele fazia determinava uma ordem para seus servos. O mestre cego de Marco Polo, Cem Olhos vivido por Tom Wu era sempre um espetáculo a parte, ele e Jia Sidao muitas vezes protagonizavam cenas épicas de sabedoria ou artes marciais quando apareciam, a curiosa Postura do Louva-a-deus ficou muito marcante pelos dois e uma cena tão épica digna de ser vista mais de duas vezes.
Como um grande épico, a série mostrava uma riqueza de cenários exuberante. As filmagens aéreas das terras orientais eram de arregalar os olhos, eram uma verdadeira arte da natureza, lembravam muito os desenhos de paisagem que o mestre Hayao Miyazaki mostra em seus filmes. Como o Oriente é bonito.
A série pode ter nudez e violência, mas ainda não é um Game of Thrones na questão de matar seus personagens, ou de estragar tudo de uma hora para outra, mas ela faz o nível de tensão se elevar até o último episódio. As conspirações também são preocupantes. Mas posso dizer que uma segunda temporada será muito bem-vinda, o gosto de “quero mais” ficou no ar e ainda tem muita coisa para acontecer na vida de Marco Polo, ele já vem provando ser altruísta e fiel aos seus deveres, mas a corte do Khan é tão perigosa que até o próprio Kublai deve tomar cuidado.
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